sábado, 28 de fevereiro de 2009

outros textos com as 12 Palavras do 11º Jogo

Amizades, receberam por certo um pedido meu para mantermos este Blog vivo até à última apresentação do livro "22 Olhares Sobre 12 Palavras" a organizar pela Eli Rodrigues, na FNAC de Viseu, em data a agendar.

Infelizmente não obtive qualquer participação. Nem sugestão ou eco...
- O blog continua disponível -

Assim, lembrei-me hoje de aqui deixar alguns dos textos que escrevi utilizando as 12 Palavras do 11º Jogo já postado no Eremitério.

Aqui os deixo para todos vós.

a caçada

convidaram-me para ir a Espanha a uma batida ao javali. a caça nunca me atraiu. nem percebo o porquê do convite dado ser bem conhecida a minha posição face a esta
actividade que tantos insistem em designar por desporto. fui. de boleia com Maurício e mais 3 companheiros.. levei a máquina fotográfica. a situação era, no mínimo, estranha. dentro do jipe a excitação crescia à medida que cada um contava as suas caçadas. eu, calado. a estrada, uma vasteza de chegar a temer, perdia-se no sombrio e plúmbeo horizonte. imensa linha soberana que nos conduzia. os meus colegas de viagem falavam agora de um safari em que um deles abatera um tigre e, quase, quase….um elefante. senti um vento forte levantar-se. via os redemoinhos de pó, folhas e pequenos troncos rodarem á frente do jipe agora mais semelhando um navio perdido num oceano de brumas. a cada oscilação, cada sacudidela, as vozes dos narradores calavam-se. se assustados não sei. senti um abanão mais forte e a voz de Maurício alta, excitada. acorda, chegámos. deixa lá os braços de Morfeu homem.

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um vento de forte batida imprimiu uma oscilação ao navio . este zangou-se - como cão furioso a afugentar as pulgas que com violentas ferroadas o arrancam aos braços de Morfeu onde corria por verdes campos “recheados” de lebres. deu uma violenta sacudidela que, na vasteza daquele oceano se perdeu em círculos concêntricos irradiando ondas. de dentro para fora, cada uma maior do que a anterior.
julga-se importante, o senhor vento, mas afinal é um des-soberano. não domina toda a situação. por vezes agressivo tigre, outras, velho e desdentado animal, perdido nas memórias e des-memórias, ilusões e recriações de si.
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sonhos e jogos
senti uma suave batida na porta do quarto-de-banho. ignorei-a. dentro da banheira cheia de água eu era rei e senhor. capitão do mais belo e grandioso navio que alguma vez sulcara os oceanos. soberano dos mares. o Tigre da Malásia marítimo. em todos os oceanos da terra a, vasteza das águas, o meu reino. os ventos obedeciam à minha voz de comando tanto quanto as águas. em qualquer siuação. bastava uma pancada seca com a mão e logo uma sacudidela acordava a água pacífica e dormente espumando força e fúria. uma oscilação atípica, descontrolada, agitava os barcos em todos os mares, lançando-os nas goelas de tenebrosos abismos marinhos. à minha voz de comando serenavam e os barcos retomavam o seu curso normal. sem percalços.
do outro lado da porta a voz de minha mãe repetia: João, são horas de deixares Neptuno e ires conviver com Morfeu